JORNALISMO CULTURAL









“O Jornalismo Cultural tem, hoje, que contribuir para a qualidade de vida. O Jornalismo Cultural tem que responder sobre as aplicações legislativas e suas implicações no desenvolvimento do diálogo entre culturas. Promover as diferenças e, sem antes julgar, trazer ao público o que nos torna ricos culturalmente; exactamente as diferenças.






   Jornalistas Culturais (Luanda'09)

Por Pedro Santa Maria*

Temos que trabalhar para a autonomia cultural dos cidadãos, promover a cidadania democrática, questionar a economia na cultura e a economia da cultura. Somos membros das sociedades em que vivemos.


Que tal questionarmos as politicas culturais e a promoção das identidades nacionais! Neste tempo de capitalismo selvagem sugiro-vos uma agenda cultural que vá para lá da mera cobertura das artes e do espectáculo.



Proponho aos Jornalistas especializados em assuntos culturais que trabalham para que a voz dos cidadãos influenciem as decisões dos poderes instituídos. A livre circulação de pessoas e bens só será conseguida caso possamos promover, também, a livre circulação de ideias, a coesão social, o equilíbrio nacional e regional”.

*Jornalista (Angola)

INVESTIGAÇÃO


      Fernando Quejas



O novo livro do Jornalista e Investigador, Alveno Figueiredo e Silva é lançado, este mês, na Ilha do Sal, durante as festividades do município.




Na obra “Reis Crioulos do Samba, Fado e Morna dos anos 30”, o autor percorre a carreira de três grandes nomes da música cabo-verdiana: Antoninho Lobo, Fernando Queijas, e Tchufe, que alegravam as noites cabo-verdianas com serenatas ao tom da morna, samba e fado na década de 30 do século passado. 


O livro retrata testemunhos de cabo-verdianos – de várias gerações - que conviveram com esses cantores tornando assim mais fidedigno o relato dos factos, pese embora tenha tido alguma dificuldade durante a investigação, por ausência abundante de fontes.





O livro é complementado por um CD feito de recolhas ocasionais das vozes genuínas de Antoninho Lobo, Tchufe, e Fernando Queijas.Em jeito ainda de enriquecimento, o livro complementa também as influências externas na musica cabo-verdiana dos anos 30 do século XX, nomeadamente, pelo fado e o samba, em conexão com a morna.





Alveno Figueiredo e Silva prepara também a edição de um segundo volume da obra, uma colecção de músicas feitas por cabo-verdianos a partir de recolhas de sambas, modinhas e fados.


O primeiro livro do autor foi um ensaio, intitulado, “Aspectos político-sociais da música de Cabo Verde do século XX”, tendo sido lançado em cinco línguas.

LIVROS & LEITURAS


O Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro está a apostar na promoção do livro e da leitura junto das comunidades cabo-verdianas no estrangeiro. Para tal, o I-B-N-L começa por editar escritores nacionais em outras línguas que não apenas o português. A primeira obra em três idiomas é da poetisa Carlota de Barros.




Sonho Sonhado – é este o título do livro de poemas de Carlota de Barros a ser reeditado em Cabo-verdiano, Português e Inglês. A escritora, a residir em Portugal, quis que a reedição se fizesse em língua portuguesa. O editor foi mais ambicioso. Quer Joaquim Morais, levar a literatura cabo-verdiana à diáspora. Razão pela qual o Presidente do Instituto da Biblioteca Nacional e do livro aposta na edição trilingue.



Mas, a aproximação dos cabo-verdianos a viverem no exterior ao livro cabo-verdiano não se esgota na edição de obras em mais do que um idioma.



Há de passar, certamente, pelo intercâmbio, pelo aproveitamento das novas tecnologias e passará, ainda, pela participação em feiras internacionais. Nestes e noutros aspectos concorda Joaquim



O Instituto da Biblioteca Nacional dá forma e conteúdo a politica do Governo em matéria de livros e leitura, recaindo sobre ele o incentivo à edição privada. Têm sido bem sucedidas as iniciativas com editoras privadas que, todavia, ficam aquém das pretensões do I-B-N-L.



Tem sido sobretudo em Portugal, no Brasil e nos Estados Unidos da América que a literatura cabo-verdiana melhor se tem destacado. Se nestes países lusófonos é a língua e a história comum a facilitar a circulação e a critica ao livro cabo-verdiano - já nos Estados Unidos é a investigação e o ensino da língua cabo-verdiana – o Crioulo - que tem aberto portas à bibliografia nacional.


Quer, agora, o Instituto da Biblioteca Nacional dar um passo maior praticando aquilo a que o seu presidente titula de internacionalização da literatura cabo-verdiana.